10/09/2018

O aplicativo “Disque Denúncia RJ” bateu recorde no mês de Agosto, com mais de 3 mil denúncias

Disque Denúncia volta a registrar 11 mil denúncias desde 2014

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Quase quatro anos depois da última vez que cadastrou mais de 11 mil denúncias em um mês, o Disque Denúncia (2253 1177), em Agosto de 2018, recebeu, somando todos os seus canais, 11.724 informações sobre diversas atividades criminosas em todo o Estado do Rio.Esse número reforça a importância do serviço além da participação popular, mostrando que o cidadão cada vez mais vem querendo auxiliar a polícia com informações que possam levá-los a prender bandidos, a encontrar esconderijo de armas, além de contribuir com a reduçãoda criminalidade. Como comparação, no mês de Outubro de 2014, o Disque Denúncia atingiu a marca de 11.696 denúncias cadastradas através de sua central de atendimento.



Os números não param por aí. O aplicativo “Disque Denúncia RJ”, lançado em Agosto de 2016 com o objetivo de suprir a necessidade do cidadão, já que por conta da crise financeira, a instituição teve que reduzir seu quadro de funcionários em 40%, além de não funcionar mais 24h, tampouco domingos e feriados, bateu recorde nesse último mês. Só por esse canal, foram recebidas 3.048 denúncias, enquanto as chamadas telefônicas resultaram em mais de 8500. Somente em um único dia, em 20 de Agosto, o Disque Denúncia atingiu a marca de 611 denúncias cadastradas.



No que se refere à distribuição territorial dessas 11.724 denúncias, foi possível constatar que a população do município do Rio de Janeiro foi a que mais denúncias fez, cerca de 50% de todo esse montante, seguido por São Gonçalo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu. Vale destacar também a participação popular em Angra dos Reis, que, em Agosto, foi o 12º município do Estado em número de informações repassadas ao Disque Denúncia, com 120.



Fazendo uma análise sobre os tipos de assuntos mais denunciados, é possível constatar que “tráfico de drogas” lidera essa lista, com mais de 3300 relatos. “Uso ilegal de serviços públicos e privados” (ex: furto de energia, furto de água, sinal de TV a cabo e internet) e maus tratos contra animais também se destacam.



Para falar um pouco mais sobre esses números e sobre a importância desse serviço, preparamos uma pequena entrevista com o coordenador do Disque Denúncia, Zeca Borges.



 



ENTREVISTA




  • Zeca, qual a importância da participação da população nesses números obtidos pelo Disque Denúncia em agosto?



As pessoas gostam de afirmar que ninguém faz nada com relação à violência e ao crime. Não é verdade, a população está fazendo a sua parte, e aí estão os resultados.




  • Há poucos anos, vocês foram atingidos pela grave crise que assolou todo o Estado do Rio e chegaram até a cogitar o encerramento das atividades do Disque Denúncia. O tempo passou, vocês se reinventaram e nesse último mês alcançaram um número expressivo de denúncias, igualando patamares atingidos anteriores à crise. O que vocês fizeram? Qual foi a solução encontrada?



Resistimos. E, quando assistíamos ao desabar de tudo, o governo e suas corporações, vimos que só podíamos contar conosco e com quem estivesse a nosso alcance. A crença que temos em nossos princípios, em nossa missão, deveria nos orientar. Fazemos parte da cultura do Rio de Janeiro, somos um fenômeno do Rio, e então tínhamos que procurar novos parceiros que amavam a cidade e o estado e que compreenderiam a importância de nosso trabalho.




  • Agora em agosto foram 11 mil denúncias, quase 3 mil a mais do que vocês vinham recebendo mensalmente em 2018. Qual o ponto forte da equipe do atendimento, que diariamente recebe informações dos denunciantes?



Isto se deve muito aos nossos denunciantes e aos atendentes, que criaram uma cultura de serviço público baseada na garantia de anonimato, na confiança mútua. Se houvesse uma maior consciência do que pode ser feito com isto, novas experiências poderiam ser estendidas à outras áreas da administração pública.




  • O que a população pode esperar do Disque Denúncia para os próximos anos?



Você não pode prever o futuro, mas pode preparar-se para ele. É o que estamos fazendo. É claro que o cenário é complexo, com todas as instituições ameaçadas até em sua existência. O que mais nos caracteriza é a capacidade que adquirimos nestes anos, no Rio de Janeiro, de mobilizar a população a ajudar as autoridades no combate ao crime e à violência. A interação com a população, seus clamores, é o que nos alimenta, nos faz conhecer cada vez mais suas demandas. Pretendemos continuar assim, fazendo isso cada vez melhor.