Disque Denúncia


O vandalismo que atinge a todos


Dados do Disque Denúncia mostram a importância da população participar, com denúncias aônimas, no combate ao vandalismo nos ônibus.

04/04/2024
O vandalismo que atinge a todos

O Vandalismo nos transportes públicos da Região Metropolitana do Rio tem impactado o cotidiano dos usuários, pincipalmente dos ônibus. Atos de destruição reduzem o conforto de quem precisa se locomover diariamente nos coletivos, inclusive, em casos mais graves, os passageiros ficam sem o transporte pois os veículos são retirados de circulação para reparos.

Dados do Rio Ônibus mostram que, apenas em 2023, cerca de 2.585 veículos foram depredados, impactando 6.5 milhões de cidadãos que fazem uso do transporte no Rio de Janeiro. O prejuízo causado pelos atos criminosos não está apenas nas despesas financeiras, mas no dano social que compromete a mobilidade urbana e o desenvolvimento socioeconômico do estado.

Um ônibus incendiado deixa de transportar cerca de 70 mil passageiros em seis meses, tempo mínimo para que haja a reposição de um novo veículo no sistema de transporte. Bancos rasgados ou mesmo arrancados, vidros quebrados, peças de aparelhos de ar-condicionado danificadas, cordas da campainha e lâmpadas de led destruídas, geram trocas e reparos mensalmente.  O custo para as empresas repararem os veículos danificados chega a R$ 2 milhões por mês.  

Nos últimos dez anos, foram inutilizados 265 ônibus em razão de incêndios criminosos. O custo para reposição dos veículos incendiados desde 2014 soma, em valores atuais, pouco mais de R$ 210 milhões. É relevante entender que a inexistência de seguro para este tipo de crime atrapalha o investimento na renovação da frota e prejudica diretamente a população.

Em outubro do ano passado, uma onda de ataques criminosos no Rio, após a morte de um miliciano que pertencia a cúpula da maior milícia da Zona Oeste, deixou 35 ônibus queimados em sete bairros da Zona Oeste da cidade: Recreio dos Bandeirantes, Guaratiba, Campo Grande, Inhoaíba, Santa Cruz, Cosmos e Paciência, um prejuízo de mais de R$ 21 milhões. Além dos ônibus, um trem e carros de passeio também foram incendiados.

Durante o Verão, o sol forte leva multidões às praias do Rio e traz os constantes flagrantes de vandalismos e destruição nos transportes públicos. Portas e janelas são arrancadas e alçapões são retirados dos tetos para que passageiros viagem sobre o veículo.

O Disque Denúncia recebeu em seus canais de atendimento, somente em 2023, cerca de 35 denúncias sobre vandalismo e depredações em ônibus, um número que mostra o quanto a população ainda precisa participar no combate a este tipo de crime.

Para Renato Almeida, Diretor-Geral do Instituto MovRio e Coordenador-Geral do Disque Denúncia, a participação da população denunciando anonimamente os criminosos, é fundamental. “Quando há vandalismo nos ônibus, a população é diretamente atingida, é a mais prejudicada. O passageiro que usa diariamente o transporte terá que esperar por muito mais tempo num ponto pela condução que não vai passar, pois está na oficina reparando”, acrescentou o diretor.